Mensagem do Bispo de Beja aos Catequistas da Diocese de Beja

Irmãos e irmãs catequistas: celebramos em 1 de Dezembro o Dia Diocesano dos Catequistas e, a propósito, quero dirigir-vos algumas palavras a vós que estais exercendo esse importante ministério nas paróquias da nossa Diocese.

1 – A primeira palavra, caríssimos catequistas, só pode ser de justo apreço, louvor e gratidão por terdes aceitado ser boca da comunidade cristã. E não apenas boca, mas também presença que irradia e testemunha a vida nova dos filhos de Deus, a vida do futuro da humanidade. Ser catequista é anunciar com palavras e sobretudo com a maneira de viver, Jesus Cristo, o nosso Salvador ontem, hoje e sempre. Mais: como S. João Batista, nós, os catequistas, devemos preparar-Lhe os caminhos da Sua vinda nas vidas daqueles que catequizamos. Ser catequista é anunciarmos, como o arcanjo S. Gabriel, a Sua Palavra, semeando-a para que Ele Se forme e nasça em seus corações e em suas vidas, tal como se formou e nasceu do seio de Maria Sua Mãe. É verdade, caros catequistas, a nossa missão é importantíssima, pois dela depende, em grande parte, o futuro da Igreja e do mundo. Somos colaboradores do Espírito Santo no mistério da Encarnação prolongado no tempo, tal como o Arcanjo S. Gabriel. Somos profetas como S. João Batista e somos também mães de Jesus, à semelhança da Virgem Maria.

2 – Entramos já no tempo do Advento. Advento significa Vinda, a Vinda do Senhor Jesus Cristo. Como sabeis, Ele veio ao mundo há dois mil anos. Salvou-nos pela Sua Morte e Ressurreição e, antes de subir ao Céu,prometeu que volta, no fim dos tempos, para julgar os vivos e os mortos. Mas Ele vem agora, e nasce, por meio da fé, em nossos corações, para sermos Suas testemunhas neste tempo em que vivemos.

As figuras que a Igreja nossa Mãe coloca diante de nós no tempo do Advento são precisamente João Batista e a Virgem Maria, e ainda o profeta Isaías. Pelas suas palavras e atitudes ouvimos como foi anunciado e acolhido no passado. Aprendemos como hoje o Senhor, por meio da pregação, bate à nossa porta. Abramos-Lhe o nosso coração e façamos ressoar (etimologicamente, catequista é aquele que faz ressoar) o pregão da sua vinda para que outros lhe abram também, pela fé, as suas portas, as portas das suas vidas.

3 – Acreditai, irmãos e irmãs catequistas, que é grande e muito importante a nossa missão. Mas, ao olharmos para a nossa pequenez, não nos assustemos: é sempre a Igreja quem anuncia e quem catequiza, e, por isso, somos enviados em seu nome. E somos enviados porque a Igreja reconhece que podemos testemunhar a outros, as obras que o Senhor tem realizado em nós. Mas aprova real de que é autêntico o nosso catequizar é que damos de graça o que de graça recebemos. Não ganhamos dinheiro com o nosso trabalho. Catequizamos não para ganharmos a vida mas como quem a perde, para que outros a recebam. A nossa diaconia, quer dizer, o nosso serviço, é feita por amor a Cristo e aos irmãos, e não por amor ao lucro.

Sei que em algumas paróquias da diocese, por medo da pandemia, a catequese ainda não começou este ano.Como bem sabeis, a Catequese é um encontro com o Senhor, presente nos catequistas e nos irmãos, e o Cristianismo não se reduz a uma mensagem transmitida via Internet. Se podeis utilizar esses meios, utilizai-os. Mas não esqueçais que o Verbo Se fez carne e veio morar no meio de nós. A vida cristã é muito mais que uma doutrina intelectual, desligada do concreto. A celebração da Eucaristia não se cumpre plenamente em nós se nãoestivermos presentes para comermos, naquele pão da vida,o Corpo do Senhor. Uma coisa é comer, e outra é ver comer. Peço-vos que ajudeis as crianças, os adolescentes e os jovens que catequizais a participarem nas celebrações eucarísticas do Domingo e das festas de guarda. Animo-vos ainda a que, sempre de acordo com os vossos párocos,não deixeis de dar catequese presencial, cumprindo escrupulosamente as normas de segurança.

Estai vigilantes! Desejo-vos um santo Advento escutando Isaías, S. João Batista, e imitando a Virgem Santíssima no acolhimento d’Aquele que, ao nascer, não encontrou abertas as portas dos moradores de Belém. Rezai, orai muito por vós, pelos vossos familiares e amigos, pelas vossas comunidades e paróquias, pela nossa diocese e também por mim, o vosso primeiro catequista. Uma saudação muito amiga, com a bênção do Senhor que vem.

01 de Dezembro de 2020

+ J. Marcos, bispo de Beja

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